sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"CORAÇÃO VALENTE"

Willian Wallace (Mel Gibson), herói para alguns, assassino cruel para outros. Dificilmente, um revolucionário é capaz de esquivar-se de tal contradição. Descrevê-lo seria algo complicado demais, para não dizer inútil. Pois a palavra não é suficiente para dizer o ser das coisas, muito menos o íntimo de alguém tão distinto, principalmente pelo fato de conseguir viver sua singularidade de modo tão valente. Seria coerente usar palavras para descrever alguém que falou mais com o olhar?
É interessante perceber a sincronia entre seus dizeres e sua vida. Ao exército escocês dividido entre si, frente ao poderoso exercito inglês, ele pronuncia uma simples frase, que de algum modo poucos humanos conseguem levar até o fim: “Eles poderão tirar suas vidas, mas jamais sua liberdade!”. Começa aí série de vitórias.
Penso que uma das condições fundamentais para realização pessoal é nos aceitarmos como seres livres e ao mesmo tempo adquirirmos consciência do perigo que isso traz. Ser livre é ser capaz de acolher a imprevisibilidade ou provisoriedade das coisas.
Por fim, entretanto, vítima de traições, de seus aliados, Wiliam é capturado e levado para mesa de suplício, após passar pelo constrangimento de ser torturado em público lança um último grito: liberdade! Um imperativo tão poderoso que inquiridor algum poderá silenciar. Frente uma história assim é melhor olhar do que falar.

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