terça-feira, 30 de agosto de 2011

"PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM"

Pelo menos uma vez ao mês, tiro um final de semana para passar junto com meu irmão. Isso serve para por a conversa em dia, coisa que a pressa cotidiana não permite fazer. Tempos onde “a produção é a medida de todas as coisas”, dogma máximo da maioria das instituições, onde as relações humanas já não parecem tão humanas assim, onde se corre em velocidade máxima para todos os lados, mas sem saber para que e para quem.
Assim, resolvemos ir assistir o filme “Planeta dos Macacos: a origem”. Há momentos em que a ficção científica parece ser uma fonte de risos e tristezas, por nos lançar às novas utopias.
O filme, em poucas palavras, conta a história de um cientista, Will Rodman, que trabalha em pesquisas de desenvolvimento de medicamentos para aumentar a produtividade cerebral, na qual se utiliza de macacos como cobaia. Entretanto, algo dá errado e o projeto é interrompido.
Will leva um símio, César, para casa, pois caso contrário este seria sacrificado. Acaba testando seus medicamentos tanto neste como em seu próprio pai, que sofria de mal de Alzheimer. Em ambos os casos há um resultado imediato positivo.
César, por se envolver em uma briga para defender o pai de seu precursor, é colocado em um ‘centro de reclusão para macacos’, no qual passa a organizar outros seres de sua espécie, até liderar uma revolta contra a raça humana.
Após o filme, ainda em meio aos barulhos dos corredores do Shopping, comentei junto ao meu irmão que o a obra parece fazer uma pergunta implícita a todo tempo: “afinal de contas, de que lado você está, dos homens ou dos macacos?”.
A humanidade é a nossa herança, contudo, o modo como estamos conduzindo a natureza parece bastante cruel. Mesmo pertencendo a esta condição, parece que a resposta a tal questionamento esteja em afirmar a causa dos macacos como mais nobre e digna de respeito do que a nossa (afinal qual é a nossa?). O que nos coloca em uma encruzilhada: assumimos a necessidade de modificar radicalmente nossa relação com outras formas de vidas, de modo consciente, ou a efemeridade de nossa existência.